| São Paulo, 18 de Outubro de 2010
Perda de peso através de mudanças do estilo de vida é recomendada na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Todavia, sua eficácia em pacientes com diabetes tipo 2 não é comprovada. Pesquisadores publicaram, recentemente, no Diabetes Care, resultados do estudo Look AHEAD (Ação para Saúde em Diabetes), um ensaio clínico de 16 centros que incluiu 5145 adultos sobrepeso ou obesos com diabetes tipo 2, randomicamente alocados para uma intervenção intensiva no estilo de vida (IIEV) para induzir perda ponderal mínima de 7% ou ao grupo controle, que recebeu apoio e educação para o diabetes (AED). No Estudo Auxiliar de Gordura Hepática, 96 participantes completaram a espectroscopia por ressonância magnética com próton para quantificar a esteatose hepática e testes para excluir outras causas de doença hepática em momento basal e após 12 meses. Esteatose > 5,5% foi definida como DHGNA. No total, 49% dos participantes era feminina e 68% era caucasiana. A idade média foi igual a 61 anos, o IMC médio foi igual a 35 kg/m², a média da esteatose foi igual a 8,0% e os valores médios de AST (aspartato-aminotransferase) e de ALT (alanino-aminotransferase) foram iguais, respectivamente, a 20,5 e 24,2 U/L. Após 12 meses, os participantes alocado no grupo IIEV (n = 46) perderam mais peso (–8,5 % vs –0,05%; P < 0,01) que os participantes alocados para AED e apresentaram maior redução da esteatose (–50,8 vs –22,8%; P = 0,04) e da HbA1c (–0,7 vs –0,2%; P = 0,04). Não houve alterações significativas dos níveis de AST e de ALT. Após 12 meses, 26% dos participantes do grupo AED e 3% (1 de 31) dos participantes do grupo IIEV sem DHGNA em momento basal desenvolveram DHGNA (P < 0,05). Os pesquisadores concluíram que a intervenção intensiva no estilo de vida de 12 meses em pacientes com diabetes tipo 2 reduz esteatose e a incidência de doença hepática gordurosa não alcoólica.
Uma resenha de Effect of a 12-month intensive lifestyle intervention on hepatic steatosis in adults with type 2 diabetes - Diabetes Care; 2010;33:215 – 2163 |